A Blog about the other side of games.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Zeebo, Tectoy e Tupiniquismo.

Zeebo é uma Zebra?

É uma boa pergunta. Tanto quanto se perguntar se a zebra é um cavalo branco com listras pretas ou um cavalo preto com listras brancas, ou ainda se é um animal contratado pelo Botafogo para fazer mensagens subliminares ao redor do globo. Mas se tratando da TEctoy temos que confiar em sua larga experiência com produtos eletrônicos aqui no país.

Sabemos que o Zeebo é tecnicamente inferior ao PS2 e que deseja concorrer com ele no mercado. Umas mil matérias e informativos já saíram a respeito e é até um assunto antigo. Eu me peguei observando um consumidor concentrado jogar o Fifa Soccer no Zeebo, lá em Niterói, cidade ao lado e mais calma que o Rio GTA Vietnam City. Em sua diversão observei o console, o merchandising, a comunicação, e tudo de acordo, feito direitinho.

Mas em toda a análise que fiz até aqui, mesmo que miúda, de conceitos e pontos interessantes de marketing, é que o Zeebo tem falhas, ao menos ao meu ver.

Falhas?

Sim, falhas. É claro que se trata de opinião. Marketing não é uma ciência exata, nem se é uma ciência direito. Engenharia, Programação, Matemática são. Mas a questão é que algumas dessas falhas são visíveis:

- alto preço comparativo com Playstation 2, considerando a já sabida e anunciada presença da Sony no país e com a proposta de redução de preço do console e manafatura local lá em Manaus, onde o açaí é mais barato.
- baixa abertura para desenvolvedoras locais e desenvolvedores independentes. Talvez a Tectoy esteja seguindo os passos rígidos de controle da Nintendo, ou evitando os erros da Atari, mas na contramão de uma Live Arcade da vida. A questão é que o Zeebo carecerá de bons jogos. E os preços dos jogos são mais baratos por se tratarem de uma rede digital onde vc compra os jogos via download e etc. Então, tendo eles essa demanda e sendo nós, como nação, um celeiro para desenvolvimento de jogos e fora o resto do mundo, porque não facilitar e se unir, ou buscar abrir as portas, para o desenvolvimento indie nacional? Pelo menos os consumidores do Zeebo poderão comprar jogos bem baratos e em quantidade permitindo a escolha. Basta a Tectoy abrir o seu SDK e pronto.
- jogos de qualidade inferior. Temos um problema comparativo quando se trata de preço em relação ao PS2, mas temos um problema complementar que são os jogos que não se mostram valer a pena em relação ao mainstream do mercado. Os jogos do Zeebo, ainda que baratos e comprados por download, são em atributos percebidos pelo jogador, inferiores. Valem menos, e isso afeta a pré-disposição à compra do console em si. Esse ponto crucial poderia ser resolvido no P de Preço, mesmo que através de táticas como promoções, parcelamentos generosos ao consumidor, incentivo ao varejo e canais de distribuição (isso a empresa deve ter feito), e suporte de brindes e itens correlatos. Mas a Tectoy fez o oposto, aumentou o preço, trabalhou comunicação e distribuição em pontos de venda. Vai entender.
- Outro aspecto importante, mas atrelado aos primeiros pontos, é a questão de RP. Relações Públicas. No passado se consistia em contato com a imprensa e eventos públicos onde a imprensa estaria, como convidada principal ou não. A TecToy fez esse trabalho obviamente. Entretanto, os formadores de opinião na dita Era da Convergência são colaborativos, anárquicos, democráticos, independentes e participantes de coletivos. São os publicadores em fóruns e donos de blogs, twitters e comunidades em redes sociais. E esse povo falante caiu em cima do Zeebo. E por tabela, nós estamos caindo em cima. Claro que não! Aqueles que tiverem opiniões centradas em fatos e informações ou raciocínio mais consistente dentro da indústria manterão suas opiniões sobre influencia leve, mas a questão é que o público lê o público. E como em um tablóide, Zeebo caiu no desgosto e descrença popular. A TecToy deve encontrar uma maneira ou estrutura para alavancar isso bem. Essa intensidade negativa pode ser revertida favoravelmente. Mas isso vem com o tempo e trabalho contínuo.

De presente,
deixo uma peça de publicidade, um vídeo online que peguei na web:



Feito em Sampa City,
percebe-se.

Boa Leitura!

Nenhum comentário:

Seguidores